Segundo as investigações, Rogério Andrade repassava R$ 100 milénio mensais a delegacias e batalhões
Delegacias e batalhões da Polícia do Rio de Janeiro estariam na “caixinha” do jogo do bicho e o pagamento mensal oferecido às autoridades seria de mais de R$ 100 milénio, e o valor totalidade desembolsado pelos contraventores totalizaria mais de R$ 700 milénio. A suspeita está sendo investigada no contexto da Operação Calígula, que prendeu em maio deste ano dois delegados da Polícia Social e, na semana passada, deteve os dois maiores contraventores do Estado, Rogério Andrade e seu fruto, Gustavo Andrade, que eram os principais alvos da operação. Planilhas apreendidas pelo Grupo de Atuação Próprio de Combate ao Transgressão Organizado (Gaeco), do Ministério Público, indicam um grande esquema de pagamento de propina para delegacias da Polícia Social e Batalhões da Polícia Militar. A “planilha da propina” foi encontrada em aparelhos eletrônicos que foram apreendidos. Segundo a Justiça, as mídias destes aparelhos contém arquivos complexos com cifras milionárias e indicativos de serem direcionadas ao controle dos jogos de má sorte.
Os documentos têm pagamentos periódicos a diversas autoridades, a maioria na Zona Setentrião e Oeste da capital fluminense, e até unidades especializadas fariam secção do esquema. O repasse mensal chegaria a quase R$ 130 milhões no totalidade. Segundo as investigações, Rogério Andrade montou uma rede de jogos de má sorte que extrapolaria as divisas do Estado, contava com esteio do fruto e principalmente de Ronnie Lessa, recluso desde 2019 denunciado de ter assassinado a vereadora Marielle Franco.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga