O bicheiro Vinicius Drumond é níveo de uma operação da Polícia Social do Rio de Janeiro contra furtos de combustíveis, na manhã desta quarta-feira (5).
O transgressor lidera e financia a quadrilha especializada no rapina de petróleo e derivados de dutos subterrâneos. A polícia afirma que Drumond é envolvido em diversas atividades ilícitas uma vez que o jogo do bicho, agiotagem, lavagem de numerário e prevaricação.
Agentes da Delegacia de Resguardo dos Serviços Delegados (DDSD), durante a Operação Ouro Preto, cumprem mandados de procura e inquietação em residências dos alvos, empresas de frontaria e depósitos clandestinos. A ação também procura impactar as bases financeiras da contravenção.
Veja inferior vídeos da operação desta manhã:
Segundo as investigações, a organização criminosa operava com uma estrutura hierarquizada, que contava com três setores:
- perfuração de dutos, transporte e armazenamento de combustíveis furtados;
- rede de informantes para monitorar ações policiais e evitar operações de repressão;
- empresas de frontaria e “laranjas” para lavagem de numerário e dissimulação das atividades ilícitas
A polícia aponta que toda atividade ilícito era financiada com recursos do jogo do bicho. O numerário era direcionado para a compra de equipamentos sofisticados de perfuração de dutos, o aluguel de veículos para transporte de combustíveis e movimentação de recursos e ao pagamento de colaboradores e intermediários envolvidos na proteção do esquema criminoso.
Vinicius Drumond já foi investigado anteriormente pela Polícia Social do RJ, mas segundo a corporação, a atuação do bicheiro sempre foi marcada pelo uso de “laranjas” e intermediários para dificultar o restreamento dos crimes. A investigação aponta a participação direta de Drumond no esquema de furtos de combustíveis.
Vinicius é fruto do famoso bicheiro Luizinho Drumond, ex-patrono da Imperatriz Leopoldinense. Ele também é vice-presidente da escola de samba.
Além do bicheiro, também são alvos da operação de hoje dois suspeitos conhecidos da polícia por uma longa trajetória na prática desse transgressão. Ambos possuem um histórico consolidado em esquemas de rapina de combustíveis, de entendimento com a Polícia Social.
Os agentes ainda investigaram a provável relação do transgressor com o homicídio do jurista Rodrigo Crespo, em fevereiro de 2024, em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Núcleo do Rio. A locadora de veículos utilizada pelo grupo criminoso para facilitar o rapina de petróleo é a mesma envolvida no caso do assassínio.
A CNN solicitou um posicionamento à resguardo de Vinicius Drumond e aguarda um retorno.
A Transpetro afirmou em nota que é vítima do transgressão de rapina de petróleo e derivados em dutos e tem uma vez que maior preocupação a preservação da vida e a segurança das pessoas e do meio envolvente. Veja a nota na íntegra:
“Para reduzir a ocorrência dessa prática criminosa nos dutos que opera, a companhia adota uma estratégia focada em três ações.
A utilização de uma tecnologia de ponta realizada pelo Núcleo Vernáculo de Controle e Logística (CNCL) da Transpetro, que permite a rápida localização de derivações clandestinas; o trabalho de relacionamento comunitário focado na conscientização com a população que vive no entorno dos ativos, o qual inclui a divulgação do número 168, um conduto de notícia direta entre a Transpetro e a população; além dos convênios com órgãos de segurança pública.
Essa estratégia tem resultado numa redução nos números de derivações clandestinas. Desde 2020, reduzimos em murado de 90% o número de furtos e suas tentativas nas nossas faixas. Em 2020, foram 201 ocorrências e, no ano pretérito, 25.
O transporte de combustíveis por dutos é seguro e eficiente, mas intervenções criminosas podem trazer riscos à comunidade. A companhia disponibiliza o telefone 168, um conduto gratuito que funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana, para receber denúncias sobre movimentação suspeita nas faixas de dutos, com sigilo guardado.”
Assassínio de jurista
O transgressão aconteceu por volta das 17h do dia 26 de fevereiro de 2024, a respeito de 50 metros da sede da OAB. Imagens de câmeras de segurança mostram que o jurista foi morto por um varão encapuzado que já esperava pela vítima e saiu de um sege branco que estava na frente do prédio.
Rodrigo Crespo aparece nas imagens perto de uma secretária de jornal quando é atingido por vários tiros de revólver 9 milímetros. Foram pelo menos onze disparos, todos nas regiões do rosto e do tórax.
Segundo a Polícia Social do RJ, o transgressão teria relação com possíveis conflitos internos da contravenção, e indícios apontam o envolvimento de pessoas ligadas ao jogo do bicho. O veículo usado no homicídio foi alugado por uma empresa de frontaria supostamente vinculada à mesma organização criminosa.
A polícia aponta que essa provável relação evidencia a dificuldade da rede criminosa, mostrando que o grupo não se limita a delitos financeiros, mas também está envolvido em crimes violentos, incluindo execuções ligadas à disputa de poder no submundo da contravenção.
