Projeto no Congresso divide base aliada do presidente, que afirmou que deve vetá-lo se for validado
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não deve sancionar projeto que libera os jogos de contratempo no Brasil, caso ele seja validado no Congresso. Em entrevista a rádio Viva FM, do Espírito Santo, o mandatário rechaçou a possibilidade, mas lembrou que um veto presidencial pode ser derrubado pelos parlamentares. “Os jogos de contratempo não são bem-vindos no Brasil. Alguns falam que no primícias seriam os grandes cassinos, não estaria crédulo às pessoas mais humildes, mas é uma porteira que se abre e não sabemos o que pode passar por ela”, afirmou. Segundo Bolsonaro, os deputados dizem que aprovarão o projeto e que já há uma maioria suficiente para derrubar o veto.
Os jogos de contratempo são proibidos no Brasil desde 1946, quando o logo presidente Eurico Gaspar Dutra alegou que eles eram contrários à moral e aos bons costumes e ‘não combinavam com a tradição moral, jurídica e religiosa do Brasil’. Desde logo, a legalização foi proposta várias vezes mas nunca avançou no Congresso. Agora, a proposta atual parece narrar com vontade política para concordar um projeto grande, que torna legítimo até o jogo do bicho. O tema divide a base de Bolsonaro: enquanto o Centrão e o próprio fruto do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), defendem a legalização, argumentando que incentivaria o turismo e ajudaria a alavancar a economia, a bancada evangélica é contrária, alegando que o vício nos jogos prejudica as famílias e os valores religiosos.
