O Ministério Público da Bahia (MPBA) deflagrou nessa quarta-feira (18) uma operação em combate a um esquema bilionário que envolvia jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. As investigações apontam que empresas de frontaria eram utilizadas para ocultar os recursos ilícitos.
A operação “Lei Para Todos”, liderada pelo MPBA, procura combater um esquema de lavagem de numerário proveniente do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. A investigação aponta que a rede criminosa, vinculada à organização “Paratodos”, movimentou muro de R$ 5 bilhões entre 2010 e 2020 na Bahia.
A operação culminou na denúncia de 14 pessoas por atuação em organização criminosa e lavagem de numerário. A Justiça determinou o bloqueio de bens e valores bancários, incluindo 91 veículos (estimados em R$ 13 milhões), 58 imóveis (aproximadamente R$ 55 milhões) e R$ 92,8 milhões em contas bancárias. Também foram solicitadas as apreensões de 13 lanchas, três motos aquáticas, um iate e 18 aeronaves.
Sobre a operação
A investigação detalhou a atuação de cada núcleo, revelando a complexa estrutura da organização criminosa e seus métodos para lavagem de numerário e ocultar patrimônio. A estrutura era dividida em núcleos.
Um dos núcleos controlava o tradicional e ilícito jogo do bicho na Bahia. Outro setor fazia a exploração das máquinas caça-níqueis, com sistema de contrabando das peças utilizadas nas máquinas. Outro núcleo era responsável por modernizar o jogo do bicho mediante a introdução do sistema eletrônico de apostas, espargido uma vez que “bicho eletrônico”.
De contrato com informações do MPBA, o esquema utilizava 23 empresas de frontaria para inserir o numerário ilícito na economia formal e realizar a blindagem patrimonial dos envolvidos.
As investigações revelaram um aumento significativo no patrimônio dos acusados. Um dos envolvidos teve prolongamento patrimonial de R$ 9 milhões para mais de R$ 65 milhões em nove anos.