Cassinos do bicheiro Piruinha são alvo de operação da Polícia Civil e do MPRJ

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Social deflagraram, na manhã desta terça-feira (30), uma operação contra cassinos e bancas do jogo do bicho de José Caruzzo Escafura, sabido uma vez que Piruinha. De convénio com a promotoria, mandados de procura e consumição são cumpridos em 14 endereços de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo chefiado pelo bicheiro.

Entre os endereços estão as sedes do Clube Oposição e do Clube Grêmio Recreativo Vera Cruz, ambos na zona setentrião da capital carioca. Segundo o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Violação Organizado (Gaeco), cassinos cladestinos funcionam nestes dois locais.

Também são alvos da operação endereços de pessoas responsáveis por promover e gerenciar as casas de jogos ilegais, muito uma vez que bares e comércios, que dispõem de máquinas de caça-níqueis. Ainda conforme o Gaeco, todos os alvos da operação, batizada de “Bancarrota”, são ligados à organização criminosa liderada pelo infractor Piruinha.

Os mandados, expedidos pelo Pensamento da 2ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital, estão sendo cumpridos nos bairros do Talento Novo, Bento Ribeiro, Jacarepaguá, Realengo, Madureira, Cascadura, Brás de Pina e Cavalcanti.

Quem é o bicheiro Piruinha

Aos 94 anos, Piruinha é o mais velho infractor da cúpula do jogo do bicho carioca ainda vivo.

O quase centenário José Caruzzo Escafura, ou Piruinha, ingressou na contravenção na dez de 1950, quando começou a gerenciar bancas na região da Derrogação, Piedade e Inhaúma, dimensão que exerceu bastante influência no auge do bicho – e onde mora até hoje. Antes de entrar na contravenção, Escafura foi motorista de lotação.

A partir da dez de 1970, já era considerado um dos principais bicheiros da cidade, tendo sob seu domínio também os bairros de Madureira, Cascadura e Maria da Perdão, todos na Zona Setentrião carioca.

Em 1993, Puruinha e outros 14 indivíduos foram presos e condenados a 6 anos por formação de quadrilha.

Diferentemente de seus contemporâneos, Piruinha nunca foi líder de uma escola de samba e ganhou menos glória que seus colegas.

Em junho de 2017, seu fruto Haylton Carlos Gomes Escafura, de 37 anos, foi assassinado com a soldado da PM Franciene de Souza em um hotel na Barra da Tijuca. O motivo, conforme as investigações, seria uma disputa por pontos de máquinas caça-níqueis na cidade.

Em abril deste ano, o 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro absolveu Piruinha pelo homicídio do empresário Natalino José do Promanação Espíndola, em julho de 2021. Também foram julgados e absolvidos a filha de Piruinha, Monalliza Neves Escafura, e o policial militar Jeckeson Lima Pereira.