O esgotamento físico e emocional causado por rotinas exaustivas e exigências constantes tem afetado cada vez mais mulheres — principalmente aquelas que buscam lastrar curso, família e expectativas sociais. Nesta edição da série Mulheres no Caminho do Autoconhecimento, conversamos com Paula Sian, médica dermatologista e autora do livro “Um Burnout para Invocar de Seu”. Depois viver na pele os impactos do burnout, Paula compartilha sua trajetória de superação, os sinais e porquê o autoconhecimento transformou a sua jornada.
Ao longo da profissão de dermatologista, dedicada ao servir, houve um incidente de Burnout. Porquê você percebeu os primeiros sintomas? Você já lia ou estudava sobre o tema?
Tive um incidente em 2020. Percebi o esgotamento progressivo, a insônia, falta de concentração, memória, pranto durante o trabalho. Daí tive um ataque pânico, o que já não poderia ignorar mais. Foi um momento de desespero, onde não suportava a teoria de ouvir a voz da minha patrão. Estava no mundo corporativo, em meio a pandemia, trabalhando somente em home office, detrás do computador. Metas irreais, expectativas mal traçadas e num relacionamento tóxico. Era a receita para o sinistro: performar, performar e aprazer os outros. Me anulei completamente para caber nas expectativas dos outros. O que seria uma boa esposa, boa médica, boa funcionária, boa filha. Mas e o ser boa e respeitosa comigo mesma?
Você teve um processo de autoconhecimento? Pode nos racontar o que te ajudou?
O processo começou muito antes disso, numa bulha familiar. Notícia ruim, expectativas não alinhadas, somado ao hábito de varrer tudo para debaixo do tapete. Uma receita pro caos emocional. O sentimento de frustração permanente, angústia o tempo todo. Sem conseguir identificar. E isso me fez procurar terapia. Curiosamente, na terapia, eu arrumei uma psicóloga que me falava sempre porquê eu estava errada e não entendia os outros. Isso foi um padrão repetido, porque era assim na minha família e no meu relacionamento. Eu sempre tinha que me ajustar ao outro. O que eu queria, não interessava. Daí a vida foi me dando mais do que eu pedia: trabalho, ocupação, gente pra cuidar e menos tempo pra mim. Perceber que ser boa para todo mundo estava me destruindo foi brutal.
O que tudo isso mudou na sua vida profissional? Fez você buscar novas abordagens tanto para você, porquê para seus pacientes?
Eu tive que me ressignificar porquê ser humano e porquê profissional. Tive que aprender a me respeitar, ter horários para folga, atividade física, manifestar não. Ao mesmo tempo que melhorei minha empatia comigo, melhorei porquê médica, porque tento fazer o que o outro precisa, não necessariamente o que ele quer. Busco por um zelo integral.
A saúde é o estabilidade da saúde física, mental e místico. Tudo junto. Não se dão separados, porquê gostamos de confiar. Platão traz esse noção de doenças psicossomáticas. Se eu não trabalho o místico, o emocional fica desamparado, que sobrecarrega o corpo físico. Muitas doenças crônicas de pele, porquê psoríase, atopia, caspa, urticária, são de fundo emocional. Agradeço todos os dias pelo Burnout. Foi a melhor coisa que poderia me colocar no rumo de novo. Se não, eu não perceberia porquê tinha fugido de mim mesma.
Fale um pouco sobre o livro: Um Burnout para Invocar de Seu
O livro fala de porquê nós nos esquecemos para olhar para fora: o que o mundo espera de nós, na família, trabalho, mídias sociais… e por aí vai. Porquê nos perdemos de nós mesmos. Porquê esquecemos de nos cuidar. Escrevi sintomas muito comuns a todos ,que escolhemos ignorar, achando que é tudo frescura ou fraqueza. Sendo que, na verdade, chegar ao ponto de se ignorar, é uma força intensa. E sigo meus trabalhos e conteúdos para conscientizar e servir no @pelecomalma.
O processo de autoconhecimento é pessoal e contínuo, um ato de coragem e paixão próprio para sanar de dentro para fora. Se você estiver passando por sofrimento emocional, não hesite em procurar um profissional de saúde mental. Buscar ajuda é um passo importante no zelo com você mesmo.
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